Enfim, no dia em que tudo aconteceu, eu já amanheci de um jeito estranho. Era 5:30 da manhã aproximadamente quando eu levantei. Meu quarto fica na parte dos fundos da casa, poucos metros do canil. Nesse dia, o meu cachorro mais velho não parava de latir, era um latido de puro desespero e o mais novo choramingava como se alguém estivesse pisando na patinha dele. Eu fiquei preocupada, claro! Então levantei e cruzei a sala às pressas, passei pela cozinha tropeçando no tapete e quando eu cheguei perto pra ver meus cachorros, eles estavam quietos, mas não quietos porque me viram, eles pareciam assustados, estavam encolhidos juntinhos. Eu entrei no canil, dei ração e troquei a água deles como de costume e voltei pra dentro.
A essa hora eu já nem sentia mais sono, resolvi ficar na sala assistindo Friends e foi aí que piorou. Na sala tem três quadros bem antigos, nunca gostei deles, mas eles nunca me assustaram. Fiquei assistindo e rindo, mas eu estava desconfortável, me sentia vigiada. Passou um tempo e meus pais levantaram, tomaram café, se arrumaram e saíram para trabalhar me deixando sozinha com a minha avó. Eu continuei vendo TV até que ela se desligou sozinha. Eu pensei que talvez fosse besteira, porque isso acontece direto, mas quando tentei religar não deu e estava tudo plugado certinho na tomada. Eu dei de ombros e voltei para a poltrona e comecei a jogar no celular, mas de novo me senti vigiada. Eu ergui o rosto e fiquei encarando o quadro e era como se ele me encarasse de volta. Eu desisti de passar o tempo na sala e resolvi ir pra cozinha, fiz um sanduíche, leite com achocolatado e fui pro quarto checar o Facebook e assistir House Of Cards. Passei a manhã assim e depois do almoço eu resolvi cochilar. Acordei as 16 horas e fui ver minha avó, ela passa a maior parte do tempo no quarto ouvindo o rádio e rezando, a gente mal se cruza. Ela estava com a camisolinha dela rezando o terço... Fechei a porta e no momento que eu o fiz, um dos quadros caiu. Quase tive um ataque! Eu fui até ele, arrumei certinho na parede e nem olhei muito porque dessa vez eu realmente fiquei assustada. Fiquei mais um pouco na internet até à noite e então, como sempre faço nesse horário eu fui pra sala assistir os show de stand up. Mas eu não conseguia me concentrar nas piadas, nem todo o humor do mundo desviava minha atenção do quadro.
Quando meus pais chegaram eu fiquei mais calma, mas eles chegaram, se arrumaram e logo saíram, pois tinham combinado de jogar canastra com uns compadres. Mais uma vez eu ficaria sozinha com a minha vó. Eles saíram e eu fiquei na sala. Como na casa tem duas salas, uma pra TV e outra de jantar, o que separa ambas são as poltronas, ou seja, atrás das poltronas não tem nada, nenhuma parede, nada! E naquele momento eu comecei a sentir que havia algo atrás de mim. Parecia alto e ficava cada vez mais próximo, era como se estivesse com as mãos enormes pairando sobre a minha cabeça. Eu congelei. Meus olhos fixaram no quadro e eu até senti uma lágrima escorrer do meu olho porque eu REALMENTE não conseguia me mexer. Depois de longos minutos minha avó saiu do quarto para ir ao banheiro e eu finalmente recuperei o controle do meu corpo. Fui até a cozinha, tomei um copo grande de água e voltei para a sala. Foi então que levei um susto, o quadro que eu ficava encarando tinha mudado. Na foto retratada todos estão olhando para frente, mas dessa vez a mulher de azul estava com o rosto totalmente virado para a direita. Não era ilusão de ótica, o rosto dela estava VIRADO. Eu sempre gostei de terror, espíritos, serial killers, fantasmas e tudo mais, só que nunca acreditei realmente, mas quando vi aquela imagem eu gelei de cima a baixo.
Eu chamei a minha avó pra ela ver também e quando ela chegou, o quadro estava normal. Ela deu de ombros e voltou para o quarto achando que era mais uma besteira minha. Disse que eu não tinha olhado direito, deu de ombros e voltou para o quarto. Já era tarde quando eu fui tomar banho e de novo a sensação de estar sendo vigiada voltou. Acho que foi o banho mais rápido que já tomei na minha vida. Passei pela sala e nem encarei o quadro. Cheguei no quarto, coloquei o pijama e deitei para ler, foi quando os latidos começaram. Dessa vez eu nem esperei, corri para fora de casa e vi entre as árvores do quintal algo que parecia ser um homem alto, muito alto. Ele tinha braços longos e era corcunda. Usava uma capa preta que cobria boa parte do seu corpo. Eu prendi a respiração no momento que o vi, mas assim que soltei ele olhou na minha direção e eu vi. Ele tinha olhos cruéis e bem escuros, um sorriso amarelo cheio de maldade e um nariz muito pontudo, a coisa mais horrenda que já vi em toda a minha vida!!!!!!!! Eu corri pra dentro de casa e tranquei a porta da cozinha e a da sala. Eu sentei no braço da poltrona super ofegante e olhei pro quadro e quando eu vi - ou melhor, não vi - quase desmaiei. A mulher de azul tinha simplesmente sumido do retrato. Eu hesitei em me aproximar, cheguei um pouco mais perto e logo depois corri pro meu quarto e me tranquei. Como meus cachorros nunca estão quietos, eu estranhei que não estivessem fazendo nenhum barulho, então, com todo o cuidado do mundo eu abri uma pequena fresta da janela pra ver se eles estavam bem. Estavam. E quando eu olhei para o lugar onde o homem estava, eu vi apenas um vulto azul.
Fechei a janela e me enfiei debaixo das cobertas até finalmente pegar no sono.
No dia seguinte, eu passei pela sala e o quadro estava normal. Então durante o café eu perguntei para a minha mãe quem eram as pessoas no quadro e ela disse que eram os avós dela. A senhora de azul era minha bisavó materna. Quando perguntei minha avó sobre a mãe dela, ela só disse que ela foi uma mulher incrível e que ela a tem protegido até hoje.
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Este é o quadro que B. menciona! |
Minha história assombrada enviada por B.
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