Certa manhã, um garoto de dez anos, todo afobado, chegou à escola e, quase sem fôlego, contou que viu um gato de dois rabos, cruzando o seu caminho. Os colegas zombaram dele e acharam que deveria estar enganado. No entanto, reafirmando o menino a autenticidade daquilo que acabara de ver, tomaram-no por maluco.
A garotada ainda estava em acalorada discussão quando o professor entrou na sala de aulas e perguntou pelo motivo de tamanha indisciplina. Ouviu o que tinham a dizer e depois chamou o menino para a sua mesa; ordenou que confessasse, perante toda a classe, haver mentido. O garoto negou-se terminantemente a obedecer a ordem e repetiu: "Vi um gato de dois rabos!" Então, sob risadas e gozações de todos, o professor pôs o menino nos joelhos e aplicou-lhe uma boa tunda no traseiro.
A partir de então o garotinho foi tomado por mentiroso; os colegas zombavam dele e, por fim, o marginalizaram. Em breve, tornou-se mau aluno; deixou de prestar atenção durante as aulas e de fazer lições em casa. Ao primeiro sinal da campainha anunciando o término das aulas, saía da escola correndo pelas ruas, atravessava os campos e dirigia-se para a floresta, à beira do rio. Procurava por "seu" gato, queria uma prova viva de sua existência e do fato de não ter falado mentira.
Assim continuou por algumas semanas, até que, certa noite, o menino não voltou para casa. Os pais que, várias vezes, haviam censurado o filho por sua teimosia, foram avisar o xerife; este, por sua vez, chamou os vizinhos para, à luz de tochas, irem em busca do desaparecido.
Encontraram o seu cadáver, pendendo dos galhos de um salgueiro.
Muitas pessoas, entre elas os colegas de escola do morto, assistiram ao enterro e todos experimentaram um certo sentimento de remorso.
Durante as cerimônias fúnebres, viram, com seus próprios olhos, um gato de dois rabos, pulando sobre os túmulos.
Fonte: "Deuses, Espaçonaves e Terra - Provas de Daniken" - 1977
Autor: Erich von Daniken
Tradução: Trude von Lasehan Solstein Arneitz
* Lenda enviada pelo assombrado leitor Givanildo F.
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