Há alguns anos atrás, minha mãe, minha avó (mãe dela), meu tio e um amigo estavam em Itarema, cidade do interior do Ceará, em viagem. No dia que estavam para virem embora, meu tio, que era o motorista, levou um choque muito forte, e não se sentiu em condições de dirigir. Minha mãe e o amigo sabiam do choque, porém minha avó não, e assim, pouparam-na de saber para não preocupá-la e assim acabarem adiando a viagem. Sendo assim, mamãe resolveu dirigir no lugar de meu tio, e para minha avó inventaram uma desculpa qualquer do motivo da troca de motoristas.
Bem, já que Itarema fica há mais ou menos umas 4 ou 6 horas de Fortaleza, eles resolveram partir já por volta da madrugada para chegarem à cidade de manhã. Porém, naquela época (e na verdade acho que até hoje), as estradas não tem nenhum tipo de iluminação, a não ser a lua e as estrelas, que até certo ponto não são muita coisa. Enfim, eles partiram nesse horário.
Viajaram por uma hora mais ou menos até avistarem um carro parado (provavelmente no prego) e o motorista estava do lado de fora acenando com a mão para eles pararem. Já que naquela época os riscos de um assalto ou sequestro nas estradas praticamente não existiam, eles pararam o carro e verificavam o que o homem queria. O motorista do veículo parado estava lá com mais sua esposa e filha pequena. A gasolina do carro deles havia acabado e ele estava pedindo um pouco emprestado. Sem se importarem em dar um pouco, mamãe desligou o carro, e os outros desceram e ficaram do lado de fora enquanto a gasolina era retirada de um carro para o outro. No tempo em que isso se procedia, eles acabaram conversando e se entretendo na conversa, e assim, mesmo depois de a gasolina ser dada, eles ligaram os faróis do carro e conversaram um pouco mais.
Eis aí, que o sinistro começou a acontecer.
Enquanto eles conversavam, uma moça, em suas vestes brancas (não era o tipico vestido fantasmagórico, eram apenas vestes normais, porém brancas) a pé, passou por eles de cabeça baixa e sem falar nada seguiu caminho. Todos que estavam conversando, pararam imediatamente de falar e viram a mulher que já ia sumindo dentre a escuridão da madrugada. Eles não entenderam nada e, sem demorar muito, já assustados, cada um entrou em seus devidos carros. O motorista do outro carro agradeceu pela gasolina e seguiu viagem, assim como mamãe fez. Porém, fazia apenas 5 minutos desde que a moça passou por eles, e esses cinco minutos foram o suficiente para ela desaparecer totalmente naquela estrada.
Depois de mais ou menos duas horas, quando eles já não esperavam encontrá-la mais, para a surpresa deles, avistaram a moça, ainda caminhando sozinha pela estrada escura. Minha mãe, sem se conformar em ela estar andando ali sem mais nem menos resolveu perguntar pra onde ela iria e se ela precisava de uma carona. Todos foram contra ela fazer isso, mas já que ela é muito curiosa e sempre foi a "rebelde" da família (e para o azar dos outros era ela que estava dirigindo), ela então decidiu-se e seguiu a moça até parar o carro ao lado dela, e a chamou...
A moça de cabelos longos e negros cobrindo as costas parou e, lentamente, caminhou até o carro. Quando ela recostou-se na janela e ergueu a cabeça, foi o suficiente para todos dentro do carro (exceto mamãe) não se atreverem a falar mais nada. A mulher, que tinha o corpo de uma moça de uns 23 a 25 anos, tinha o rosto de uma velha de uns 80 anos, ou mais! Enquanto quase todos congelaram, ela olhou para mamãe e perguntou calmamente:
- Sim?
Mamãe então, criou coragem e perguntou para onde ela estava indo. A mulher disse que estava indo para Fortaleza, assim como eles. Mamãe então arriscou e perguntou se ela não queria uma carona.
Nessa hora, todos do carro meio que se rebelaram em levá-la. Eles estavam completamente apavorados. Mas mamãe disse que aquilo era falta de educação e que ela iria dar uma carona sim. O problema é que todos os bancos, menos um de trás, estavam ocupados, e os que estavam atrás se recusaram a se sentarem lá com ela. Então mamãe fez um acordo. Meu tio, mesmo com o choque, se arriscou a dirigir, e mamãe trocou de lugar com o amigo que estava no banco do passageiro, fazendo-o passar para o banco de trás, e dividiu o banco do passageiro com a mulher, que aceitou a carona. Após isso, eles partiram.
Depois que a mulher entrou no carro, ninguém, além de mamãe, se atreveu a dar um "piu", era como se estivessem tão apavorados que estavam quase em estado de transe. Então, vendo que eles não iriam falar nada, mamãe começou um diálogo com a mulher. Começaram a conversar sobre qualquer coisa que tirasse o medo dos outros, porém, com o tempo, mamãe, que estava bem imprensada com ela na cadeira, achou estranho pois ela não sentia o atrito do corpo da mulher, era como se ela não estivesse lá. A janela estava aberta e o vento que soprava não mexia um fio de cabelo da mesma, que sempre se mantinha de cabeça baixa e os cabelos cobrindo-lhe boa parte do rosto. Sendo assim, mamãe preguntou.
- Moça... Senhora... não sei, o que você estava fazendo por aqui uma hora dessas? Por que estava só?
Então a mulher respondeu:
- Eu estava em um passeio com mais quatro amigas, porém o carro capotou... e todas morreram...
Nessa hora até mamãe não pode negar o calafrio. Então avaliou toda a situação, todo o ocorrido, e depois de repensar e pensar várias vezes, criou coragem e perguntou:
- Me desculpa mas... a senhora já morreu?
Essa foi a única vez que minha avó se pronunciou:
- Menina, o que é isso?! Isso é coisa que se pergunte?! - disse minha avó nervosa.
Minha mãe não respondeu, já a mulher, no entanto, apenas foi virando seu rosto lentamente para minha mãe e ainda com um pouco de cabelo na cara perguntou, de uma forma meio sinistra:
- Você acha?
Mamãe então respondeu:
- Só pode ué! Olha, você estava andando sozinha no meio da madrugada, a pé, numa estrada completamente escura, você tem um corpo de moça e rosto de velha, disse que estava com suas amigas em um carro, ele capotou e elas morreram. Bem, a senhora só pode ter morrido também. - disse ela enfim avaliando as situações.
A mulher, no entanto não respondeu, apenas sorriu e voltou a baixar a cabeça. Mamãe não entendeu sua reação, mas entendeu aquele seu silêncio como um sim. Enfim, depois dessas palavras, nem a mulher nem ninguém mais falou durante a viagem inteira.
Quando finalmente chegaram em Fortaleza, a mulher disse onde eles podiam deixá-la. Ao chegarem ao local, que por sinal era em uma esquina em uma rua normal, ela desceu, agradeceu pela carona e andou até sumir no outro quarteirão.
Mamãe me disse que após ela sumir, começou a chover completamente do nada, como se uma única nuvem carregada estivesse sobrevoando por ali. Então, após ela sair do carro, parece que todos acordaram do "transe" e seguiram até a casa do amigo, onde iriam deixá-lo. Porém, ao dobrarem no outro quarteirão, a chuva cessou do mesmo modo que começou, completamente do nada, só deixando todos mais apavorados ainda.
Quando finalmente chegaram à casa do amigo, o mesmo não deixou que eles fossem embora até conseguir entrar em casa. Ele estava tão desesperado que quase não desceu do carro e quase não achou a chave. Precisou da ajuda de meu tio para guiá-lo até a porta da casa, e deixá-lo seguro dentro da mesma.
Após isso, se despediram e mamãe, minha avó e meu tio voltaram para casa. E mamãe ainda levou carão por ter dado carona à mulher, mas ela simplesmente ignorou.
Depois de alguns dias intrigado com a viagem, após passarem pela rua a qual deixaram a mulher, para o maior espanto de todos, descobriu-se que a rua ficava atrás de um cemitério, e assim, o medo tomou conta de todos novamente e por isso que depois do ocorrido, eles tentaram evitar contar a história para qualquer um.
Bem, meu relato chegou ao fim e, claro que não posso querer que acreditem, até por que, embora eu tenha acreditado desde o início, não é qualquer um que vá achar isso real e não dizer que é uma "viagem". Bem só posso dar minha palavra que isso foi verídico e esperar pela opinião de vocês.
Enfim, até mais.
Bjs
Sensacional relato enviado por Por Rayanne D. para Sobrenatural.Org
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